18 de agosto de 2005

Expedição às Desertas (15-08-2005)

Aqui vai finalmente o artigo mais esperado da semana. Além das interpelações no corredor, telefonemas e ICQ's, deu para perceber que houve uma subida do número de visitas ao blog a partir dos computadores dos hotéis Porto Bay. Não só dos participantes mas também dos amantes da vida alheia e o pessoal que teve de ficar a trabalhar numa 2ª feira, ainda por cima feriado, enquanto uma vintena de sortudos foi dar um passeio.

Chegados ao cais do Funchal, já se ultimavam os preparativos pelo Capitão Miguel e pelo Imediato Spínola do belíssimo Gavião (fiquem descansados, não subscrevemos certos nomes feios que uma das nossas companheiras de viagem chamou à vossa embarcação nos períodos mais agitados).
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Logo a seguir começou a chegar o grupo expedicionário, sendo notória a boa disposição geral mas também alguma preocupação pelo estado do mar, nomeadamente nos efeitos que poderia ter nos estômagos mais delicados.


Logo à entrada o gang do Porto Santa Maria tentou monopolizar a proa do Gavião...


...enquanto a Filipa ainda fazia umas chamadinhas de última hora, que mesmo num dia de descanso é preciso ganhar algum dinheirinho para o comerinho.


Por cortesia da tripulação foi-nos permitido desfraldar o estandarte Porto Bay. O azul é mesmo bonito, não é?


O sorriso do Diamantino deve ser para disfarçar o facto de que foi o último a chegar e só por sorte não ficou em terra. Esse penteado pode ficar bonito, mas o excesso de produção acaba por provocar estes atrasos inconvenientes.


Já fora do espaço da marina os panoramas sobre a cidade são sempre deslumbrantes.


E que dizer do nosso Porto Santa Maria?


Mas por esta altura toda a gente já tinha examinado a cidade de todos os ângulos e começou a dedicar a atenção a outras coisas.

Alguns sem grande sucesso, como o vosso redactor que aqui parece estar a levar da catalã Silvia um “parece que me estás a dar música”...


... e o efeito do que o Manuel estava a tentar com a Fabiana, também parece ter tido resultado negativo.


Enquanto isso, os irmãos Serrão perscrutavam o horizonte em busca de cetáceos.


Até que de repente, pelo movimento em direcção à proa se percebe que alguma coisa devem ter descoberto.


Epá! Eram mesmo golfinhos. E como as imagens falam por si, escuso-me a escrever mais sobre o assunto.




Do ponto de encontro com este grupo de cerca de dúzia e meia de golfinhos, podia-se ver ainda muito bem a costa do Caniço e o Funchal um pouco mais distante. Pelo que é evidente que não é preciso ir muito longe para viver esta experiência.


Assim que retomámos a viagem em direcção às Desertas, a emoção foi-se esbatendo com o afastamento dos golfinhos e cada um tentou aproveitar o melhor possível este período calmo da travessia.

A Sónia e a Silvia optaram por repousar um pouco e aproveitar os mimos dos raios solares.


O António achou que umas massagens salgadas num pé recentemente lesionado seriam benéficas.


Mais para a popa, a demonstração de body building do Carlos parece ter deixado a Fabiana impassível, atenta ao rumo do Gavião.


É quase meio-dia quando o “estamos quase lá” que já vinha sendo repetido por alguns há quase uma hora se tornou finalmente credível, pois começámos a poder distinguir algumas características do terreno da Deserta Grande, para onde nos dirigíamos.


Aqui o nosso conhecido promotor de produtos dietéticos parece estar a avaliar atentamente as possibilidades de expansão para este novo “mercado”.


Já bem perto da costa e local onde o Gavião iria fundear, fomos surpreendidos pelo turquesa vivo do mar e pelos tons ocres das falésias do centro da ilha.


Um pouco mais para Norte já se podem ver as instalações e o centro de visitação da Reserva Natural das Ilhas Desertas, destacando-se em fundo os dois amontoados de rochedos que resultaram de um deslizamento de terras recente.


O Gavião já amarou e está na hora de irmos a terra. Embora a maioria do grupo acabe por lá chegar no bote, alguns mais impacientes optaram por ir a nado. O Hélder “DiCaprio” aceita finalmente abandonar a sua posição permanente sobre a quilha, o que deu uma oportunidade ao Carlos de avaliar a situação - será que a água está fria?


Após tanta indecisão acabou por ser o Júlio o primeiro a jogar-se borda fora.


O Manuel Jesus não quis ficar para trás e ligou os motores de fora de borda na potência máxima. Veja-se o rasto que ele deixa...


Quem optou pelo transporte mais seco acabou por ir como sardinha enlatada no único bote disponível.


Continuando a ressentir-se do atraso que já vinha a acumular desde a manhã, mais uma vez o Diamantino acabou por ser também o último a decidir nadar até terra. O que suscitou a surpresa geral: como é que ele conseguiu arranjar coragem para estragar o penteado que tinha sido o motivo do atraso matinal?


As três inseparáveis Tetéias - Silvia, Linda e Filipa - aguardando o segundo transfer.


Esta foto tem outro propósito. Parece que ainda há quem não tenha reparado que o Alberto e o Beto são irmãos e até mostre surpresa quando toma conhecimento do facto. Um desafio para a hora do almoço: descubram as diferenças (uma é evidente - há um que tem dentes).


Tendo em conta o historial trágico da heroína do Titanic, compreende-se o extremo cuidado com que os tripulantes ajudam a nossa Adriana “Winslet” a passar para o bote.


Tudo em terra. E a visita começa pela apresentação da Reserva Natural feita pelo nosso Capitão Miguel.


Descansem. Nós não vimos nenhum destes espécimes. Mas ficámos a saber que esta aranha é endémica e só pode ser encontrada no Vale de Castanheira, na parte Norte da Deserta Grande. Gostei de ficar a saber que parte do donativo que fizemos à Reserva se destina a preservar um bicharoco que deve ser um bom pesadelo para muita gente, eh, eh.


Uma das regras da visita era permanecer dentro dos trilhos desenhados para demarcar o percurso e como é tradição cumprimos. Quem gosta de ir para a zona da Ponta de S. Lourenço, pelas características do terreno, deve sentir-se quase em casa.


Mais um ângulo que nos faz lembrar certas vistas da ilha maior do arquipélago.


O passeio continuou em direcção à falésia que aluiu recentemente, como referido acima. Eventualmente acabámos por encontrar tudo o que é preciso para um digno piquenique madeirense.


O Gavião fundeado na pacífica baía junto ao centro de visitação, podendo ver-se ao longe o Bugio, a ilha mais a Sul.


Hora Polaroid - Fabiana, Linda, Manuel e Adriana não quiseram perder a oportunidade de se fotografarem com este simpático par de lobos marinhos.


O Rodolfo já é conhecido neste blog pela atenção que presta aos detalhes e à fauna e flora que vai encontrando nestas actividades. Aqui fica uma mini-galeria com alguns belos retratos, que por agora ficam anónimos.

Só conheço o passaroco, que dá pelo nome de Corre Caminhos (Anthus berthelotii), por isso fico à espera de mais informações dos nossos especialistas da casa (e não só).

O meu apelo foi respondido prontamente pelo próprio autor das fotos, o Rodolfo, com uma ajudinha do Emanuel.
Assim, estes são "Funcho Marítimo" (Crithmum maritimum)


E esta é conhecida por "Malfurada" (Globularia salicina).



Num dos comentários que o Rodolfo enviou, sugeriu um link para o site do Parque Nacional da Madeira, nomeadamente o conteúdo específico sobre a Reserva Natural das Ilhas Desertas. Passa a constar da lista de links recomendados que encontram no topo da página.

Uma vez que durante esta viagem não nos foi possível ver qualquer lobo marinho, recomendo também uma visita ao site Focus Natura. Apresenta fotografia de grande qualidade sobre a natureza do Arquipélago da Madeira, e se seguirem o link para o fotógrafo Artur Silva poderão apreciar imagens subaquáticas de grande beleza com lobos marinhos nas águas das Ilhas Desertas, como a que podem ver abaixo.



Por esta altura a visita estava terminada e já toda a gente só pensava no almocinho que nos esperava a bordo. Repetiu-se prontamente o ritual de regresso, mas talvez devido ao apetite, desta vez houve mais alguns que optaram pelo regresso a nado para não terem de esperar pelo 2º transfer.


Enquanto almoçávamos aproximou-se este par de gaivotas, que chegámos a pensar que talvez fosse a nossa mascote Capitão Hook e respectiva companheira. Afinal tratavam-se de um casal autóctone que deve ter sido atraído pelo cheiro dos saborosos filetes de espada que nos serviram de repasto.


Parece que urge dar-mos início à actividade de ioga. Este tipo de instantâneos são cada vez mais comuns nas saídas do DisPorto Bay.


O Miguel anunciou que estava na hora de regressarmos e prontamente os nossos Adriana “Winslet” e Hélder “DiCaprio” tomaram a sua posição cativa na proa do Gavião.


Previdentemente, o Rodolfo e a Sandra trataram de se cobrir, preparando-se para o “borrifão” que estava para vir, assim que abandonámos a protecção das calmas águas junto à costa.


E foi mesmo a ondulação forte e ventos agrestes que acabaram por proporcionar uma longa hora e meia de diversão a este pessoal que se reuniu lá à frente. E se acharem que estas fotografias estão um pouco tortas, reparem que o horizonte está direito...


Cá atrás, embora a emoção fosse inferior, sobrava animação.


E não se deixem iludir pelo ar enjoado do Rodolfo. Como é evidente pelo ar divertido da Sandra ele quer mesmo é atenção.


Regressados à zona de calmaria, o Capitão Miguel deixou os comandos na mão do Manuel, que passou a ficar conhecido pelo cognome “O Homem do Leme”, com mão tão certinha que fez o Gavião flutuar como sobre algodão e pôs quase tudo a dormir.


Por mais vezes que repita, não me canso do encanto que tem chegar ao Funchal por mar.


Para o final guardei duas fotos panorâmicas, da autoria do Rodolfo, retratando o Funchal e as 3 Desertas. Para ver as versões de maiores dimensões clique na foto que pretende ampliar:


Mas não podemos terminar este artigo sem uma nota final de apreço e agradecimento a toda a equipa do Gavião, incluindo quem normalmente fica em terra e que tornou possível a concretização desta expedição.

Para a posteridade aqui ficam o Miguel, durante a apresentação da Reserva Natural, e o Ruben Spínola em plena actividade durante a viagem.


Nota: em virtude da extensão deste artigo e do elevado número de fotos, fui obrigado a retirar quase todos os conteúdos mais recentes da página principal. No entanto eles continuam acessíveis nas secções “Notícias Recentes” e “Arquivo” (em cima, na coluna da direita).

5 Comentário(s):

Blogger RodiNet disse...

Aqui fica mais info sobre a Reserva Natural das Ilhas Desertas: http://www.pnm.pt/reservas/reserv_desert.htm

Quanto às plantas, as verdinhas ainda procuro o nome, as segundas conhecidas como "Malfurada", Globularia salicina de nome científico, comuns na Madeira e Canárias são um Endemismo Macaronésico, arbusto com preferência por ambientes secos.

21 agosto, 2005 01:02  
Blogger RodiNet disse...

As verdinhas são Crithmum maritimum ou como nome comum, Funcho Marítimo.
Agradeço imenso a ajuda do Emanuel do Cliff Bay para identificação das plantas. Brigada amigão ;)

21 agosto, 2005 01:35  
Anonymous Anónimo disse...

Eu gostei as fotos dos golfinhos .... são bem claros. Tambem o relatório da viagem foi como lêr uma novela ;)

21 agosto, 2005 07:26  
Blogger Helena disse...

esta expedição parece ter sido o máximo!! fotos de golfinhos espectaculares, com um mar raro de espelho!

09 abril, 2006 13:55  
Anonymous Anónimo disse...

Eu a mei mais quero perguntar se é ilha ou praia e se é deserta e onde ela fica exatamente.

14 junho, 2009 04:09  

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