Ainda agora começámos e o presidente do grupo e o aprendiz de guia já não se entendem na direcção a tomar. A Fabiana parece dizer ao seu Davide “estamos perdidos” e o Alexandre tem um ar pensativo do tipo “julgava que isto era só seguir a levada”.
Apesar de não serem audíveis, os pensamentos do Alexandre tinham mesmo razão, por isso retomámos sem demora esta bonita caminhada.
Pouco depois, um dos pontos altos da caminhada, e momento raro na vida de qualquer madeirense - encontramos um espécime ainda incorrupto da fauna endémica da ilha, um canis minimus madeirensis, vulgo “cachorro”. Apesar de visivelmente perturbado pela presença do nosso numeroso grupo ainda fomos a tempo de capturar este acontecimento para a posteridade:
Mas o esplendor da natureza madeirense não se esgota neste mamífero errante:
Dá para perguntar onde estavam guardados estes cachecóis dos Lampiões estes anos todos. Ouvem falar em Caldeirão do Inferno e lá temos de levar com o cheiro das bolas de naftalina (nota para o presidente do grupo - temos de pensar em fazer algum merchandising DisPorto Bay para evitar dar argumentos a estes penetras):
Se há coisa que não falta nesta levada são recantos para tirar bonecos para mais tarde recordar.
Até parece que daria para fazer a levada de kayak. Infelizmente para alguns, só parece.
Que praga. Nem aqui a TMN nos deixa em paz. Parece que alguém se esqueceu de avisar que dificilmente estaria a horas de almoçar no Funchal. Por falar nisso, nem a horas de jantar...
Sorte a Ritinha não ter reparado na aranha que tem mesmo à frente da testa. Com a fome que ela já tinha nesta altura...
E por falar em fome, está na hora da primeira pausa para um lanchinho.
Não é à toa que se trabalha uns anos na EDP: o casal Harthun era seguramente o mais bem equipado para atravessar furados. Além dos panamás protectores que devem ter dado muito jeito nas zonas de tecto baixo, as lamparinas eram do melhor.
Olhando para o sorriso omnipresente da Linda dá pena não poder incluir neste blog o impagável sotaque holandês. Por isso quem quiser saber como é, não falhe a próxima caminhada.
Um aparte para quem ainda não fez esta caminhada porque acha que não tem coração para aqueles precipícios: estes 20 metros de levada são o que se poderia considerar a parte pior. Por isso não é desculpa. Para a próxima vão.
Alguns elementos do grupo a considerarem seriamente a hipótese de uma banhoca nas águas convidativas da lagoa do Caldeirão Verde: